quinta-feira, julho 20, 2006

Se você que faz publicidade na UFC acha que estuda demais, tem muitas disciplinas obrigatórias e opcionais para cumprir, saiba que isso só é a ponta do iceberg.

Não estude tanto, meu filho, senão você vai acabar virando publicitário
De Henrique Szklo

Outro dia escutei alguém dizer que todo publicitário deveria fazer faculdade de administração para poder entender melhor o negócio do cliente. Mas porque só administração? Não, não. Só administração é muito pouco. Para se transformar num profissional completo e enriquecer de verdade o seu currículo é fundamental que cada publicitário freqüente boa parte dos seguintes cursos:

FACULDADES

Agronomia: Aprenda a plantar e semear notícias que favoreçam sua imagem.
Botânica: Quem quer ser bom de atendimento precisa aprender a ficar plantado nas recepções e a ficar de plantão nos feriados.
Direito: Além de ensinar a fazer um texto legal, esta faculdade dá dicas importantíssimas de como convencer e manipular jurados.
Educação Física: Ótimo para ganhar fôlego e não cansar logo da profissão.
Engenharia Civil: Numa profissão de conceitos tão abstratos e subjetivos é aconselhável tomar contato com algo de concreto.
Engenharia Florestal: Qual é o maior sonho do publicitário? Ganhar um prêmio. E qual é o prêmio mais desejado? O leão. E onde vive o leão? Na floresta. Captou?
Engenharia Naval: Para você parar de ficar boiando nas reuniões.
Farmácia: Propaganda é o melhor remédio contra a crise. E se o seu trabalho não for grande coisa, você ainda pode aprender a fazer remédio de farinha.
Fonoaudiologia: Às vezes o cliente não ouve você, não porque não concorde, mas porque tem problemas auditivos. Provavelmente o atendimento não entende o briefing porque o cliente não consegue se expressar corretamente. Aprenda a detectar problemas e indicar tratamentos.
Geografia: Só saber onde fica Cannes não é suficiente. Aprenda também onde fica Nova Iorque, Londres, O Clube de Criação de São Paulo, o Colunistas, o Caboré, o Profissionais do Ano e o Prêmio Abril, entre outros.
Jornalismo: Aprenda a fazer seus próprios press releases. Até porque está cada vez mais difícil encontrar quem se disponha a mentir tanto.
Letras: Para alguns redatores seria muito interessante tomar contato com algumas letras, mesmo que só superficialmente, apenas para não cair no esquecimento.
Matemática: Ideal para quem não gosta de perder a conta.
Medicina: Para aprender a se fingir de morto e garantir o seu emprego.
Medicina com especialização em Cirurgia Plástica: Para o caso de seus clientes estarem sempre fazendo cara feia para as suas idéias.
Música: Aprenda a tocar uma agência, criar harmonia entre os departamentos, agüentar o ritmo de trabalho, fazer acompanhamento de todo o processo, criar arranjos espúrios com fornecedores, se afinar rapidamente com qualquer tipo de cliente e arrancar uma nota deles.
Oftalmologia: Conheça visões diferentes do mercado. Indicado, principalmente, para quem não se enxerga.
Pedagogia: Seus clientes são muito sem-educação? Dê uma lição neles.
Psicologia: Se você não entende porque quis ser publicitário, Freud explica.
Relações Públicas: Quem quer se dar bem tem que aprender a se dar bem.
Teologia: Publicitários que se acham Deus podem aprender a catequizar clientes infiéis, a dar conforto espiritual à alma do negócio e a transformar cliente caloteiro em cliente pagão.
Veterinária: Você vai entender de leão como ninguém.
Zootecnia: Donos de agência aprendem a se precaver contra outro tipo de leão: o que morde.

PÓS-GRADUAÇÕES

Análises Clínicas: Prepara você para analisar a situação quando der alguma merda na agência.
Física Nuclear: Se a agência em que você trabalha é uma bomba, saiba como fazer com que ela não exploda na sua mão.
Medicina Legal: Quando um cliente matar a sua idéia, aprenda a descobrir a causa mortis.
Meteorologia: Para aprender a ir a reuniões com o cliente e não ficar chovendo no molhado.
Toxicologia: Aprenda a convencer os clientes de que aquela droga que você cria vai fazer bem para ele.
Turismo: Para quem já não agüenta mais carregar tanto cliente mala.

Nenhum comentário: