domingo, julho 16, 2006

Os heróis chorões de Brian Singer

Quando entrei no cinema para assistir ao “novo” Superman, já esperava um filme de ação centrado nos dramas psicológicos dos personagens do filme, mas não esperava presenciar o que eu presenciei. Nenhum problema com dramas psicológicos, eu até gosto deles, o problema é ter esse tipo de expectativa em um filme que deveria existir apenas para divertir. “Pô, é um filme do Superman!Porra de drama!”, pensei.

Tudo começou quando Brian Singer resolveu ser o diretor do primeiro X-Men. Quando todos pensavam que assistiríamos a mais um filme trash sobre super-heróis sem cérebro, a aventura dos mutantes era assustadoramente real, profunda. Os personagens eram bem construídos e os dramas pessoais de cada personagem eram bem explorados, embora a ação se sobressaísse.

O que ninguém poderia imaginar é que naquele exato momento nascia um monstro, ou melhor, nasciam monstros. Os críticos aplaudiram o fato de Singer ter tratado de forma séria um tema que poderia ser tão caricato. Críticos felizes, bilheteria gorda... Resultado: Homem-Aranha de Sam Raimi se transformou num drama adolescente, Ang Lee, um diretor de filmes sensíveis, foi chamado para dirigir Hulk e Singer voltou com X-Men 2, um filme ainda mais pesado que o primeiro. Adeus super-heróis durões e sérios. Hollywood havia transformado os caras de uniforme em homens sensíveis, chorões, introspectivos e tristes. O problema é que essa questão dramática virou uma obsessão. Talvez desejando agradar aos críticos, alguns cineastas estão exagerando a dose de dramatização e transformando os filmes de super-heróis em novelas mexicanas com efeitos especiais. Quem já viu o trailer de Homem-Aranha 3 sabe do que estou falando. "Quanto tempo... um homem pode lutar contra a escuridão... antes de descobri-la dentro de si?", diz o letreiro no vídeo. Coisa de filme do Clint Eastwood ou de um drama novo do Iñárritu.

A gota d’agua é esse Superman – O retorno. O filme é chato, o Super-Homem é um chorão que mal fala e só faz cara de triste o filme todo e todos os dramas humanos estão lá. As frases sensíveis são clichês (parece novela do Manoel Carlos) e os atores estão quase todos perdidos. Culpa de Singer que esqueceu que estava dirigindo apenas um filme pipoca com cérebro e não um filme para ganhar o Oscar.

Como diria Regina Duarte: Eu tenho medo! Tenho medo que a Meryl Streep ou a Susan Seradon acabem interpretando a Mulher-Maravilha no cinema. Já estou vendo o trailer: “Uma mulher em busca da verdade por trás das sombras”, daí aparece a Susan Saradon vestida de Mulher-Maravilha chorando em cima de um prédio agarrada ao seu chicote. Aliás, a Mulher Maravilha é a única personagem de quadrinhos ainda séria. Numa briga entre ela e Homem-Aranha, Peter Parker sairia chorando e pensando nas razões da sua existência, com o som de violinos tristes tocando ao fundo.


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5 motivos para odiar Super-Homem – O Retorno.

1 – Lex Luthor tem o plano mais idiota e sem graça que um vilão já teve.

2 – A Lois Lane não é chata, metida, curiosa e engraçada como no original. Ela é séria e chorona.

3 – O filho de Lois Lane é o pior ator mirim já revelado em Hollywood

4 – Brandon Routh mal abre a boca. Quando abre, parece um robô falando. Não sei se ele é um bom ou um mau ator pelo simples fato de que ele não faz nada além de olhar para o horizonte e fazer cara de triste.

5 – Só existem 2 grandes cenas de ação e efeitos especiais. Você sai do cinema se perguntando: Onde estão os 200 milhões que foram gastos?? Deve ter sido gasto em aulas de interpretação para o elenco ou em programas de computador para diminuir o pênis do Brandon Routh (Vocês sabiam dessa? Não é piada...)

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