Quando entrei no cinema para assistir ao “novo” Superman, já esperava um filme de ação centrado nos dramas psicológicos dos personagens do filme, mas não esperava presenciar o que eu presenciei. Nenhum problema com dramas psicológicos, eu até gosto deles, o problema é ter esse tipo de expectativa em um filme que deveria existir apenas para divertir. “Pô, é um filme do Superman!Porra de drama!”, pensei.
Tudo começou quando Brian Singer resolveu ser o diretor do primeiro X-Men. Quando todos pensavam que assistiríamos a mais um filme trash sobre super-heróis sem cérebro, a aventura dos mutantes era assustadoramente real, profunda. Os personagens eram bem construídos e os dramas pessoais de cada personagem eram bem explorados, embora a ação se sobressaísse.
O que ninguém poderia imaginar é que naquele exato momento nascia um monstro, ou melhor, nasciam monstros. Os críticos aplaudiram o fato de Singer ter tratado de forma séria um tema que poderia ser tão caricato. Críticos felizes, bilheteria gorda... Resultado: Homem-Aranha de Sam Raimi se transformou num drama adolescente, Ang Lee, um diretor de filmes sensíveis, foi chamado para dirigir Hulk e Singer voltou com X-Men 2, um filme ainda mais pesado que o primeiro. Adeus super-heróis durões e sérios. Hollywood havia transformado os caras de uniforme em homens sensíveis, chorões, introspectivos e tristes. O problema é que essa questão dramática virou uma obsessão. Talvez desejando agradar aos críticos, alguns cineastas estão exagerando a dose de dramatização e transformando os filmes de super-heróis em novelas mexicanas com efeitos especiais. Quem já viu o trailer de Homem-Aranha 3 sabe do que estou falando. "Quanto tempo... um homem pode lutar contra a escuridão... antes de descobri-la dentro de si?", diz o letreiro no vídeo. Coisa de filme do Clint Eastwood ou de um drama novo do Iñárritu.
A gota d’agua é esse Superman – O retorno. O filme é chato, o Super-Homem é um chorão que mal fala e só faz cara de triste o filme todo e todos os dramas humanos estão lá. As frases sensíveis são clichês (parece novela do Manoel Carlos) e os atores estão quase todos perdidos. Culpa de Singer que esqueceu que estava dirigindo apenas um filme pipoca com cérebro e não um filme para ganhar o Oscar.
Como diria Regina Duarte: Eu tenho medo! Tenho medo que a Meryl Streep ou a Susan Seradon acabem interpretando a Mulher-Maravilha no cinema. Já estou vendo o trailer: “Uma mulher em busca da verdade por trás das sombras”, daí aparece a Susan Saradon vestida de Mulher-Maravilha chorando em cima de um prédio agarrada ao seu chicote. Aliás, a Mulher Maravilha é a única personagem de quadrinhos ainda séria. Numa briga entre ela e Homem-Aranha, Peter Parker sairia chorando e pensando nas razões da sua existência, com o som de violinos tristes tocando ao fundo.
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5 motivos para odiar Super-Homem – O Retorno.
1 – Lex Luthor tem o plano mais idiota e sem graça que um vilão já teve.
2 – A Lois Lane não é chata, metida, curiosa e engraçada como no original. Ela é séria e chorona.
3 – O filho de Lois Lane é o pior ator mirim já revelado em Hollywood
4 – Brandon Routh mal abre a boca. Quando abre, parece um robô falando. Não sei se ele é um bom ou um mau ator pelo simples fato de que ele não faz nada além de olhar para o horizonte e fazer cara de triste.
5 – Só existem 2 grandes cenas de ação e efeitos especiais. Você sai do cinema se perguntando: Onde estão os 200 milhões que foram gastos?? Deve ter sido gasto em aulas de interpretação para o elenco ou em programas de computador para diminuir o pênis do Brandon Routh (Vocês sabiam dessa? Não é piada...)
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